A ERA DO DEGELO? (PARTE 3)

O DEGELO DA ANTÁRTIDA

Clima da Antártica

Temperatura na superfície da Antártica no inverno e no verão.

clima da Antártica é o mais frio da Terra, sendo a menor temperatura já documentada no planeta de -89.6 °C na Estação Vostok. Ela também é extremamente seca, com uma média anual de precipitação entre 30 e 70 mm; contudo, na maior parte do continente, a neve nunca derrete e é comprimida até transformar-se em geleiras que formam plataformas de gelo. As massas de ar raramente penetram a fundo no continente.

Mudanças climáticas

Tendências na temperatura superficial.

Vários estudos observaram um aquecimento do continente, das águas em volta deste ou do ar em sua superfície nos últimos 200 anos, em especial na Península Antártica, onde se observou um aquecimento de 2,5 °C nos últimos 50 anos.

Há mesmo estudos que apontam um derretimento mais rápido do gelo do que previsto anteriormente. A evidência mais clara foi o recente esfacelamento da Plataforma de Gelo Larsen-B de 3 mil km² e 200 metros de espessura em menos de um mês.

Alguns estudiosos não atribuem esse aumento na temperatura ao aquecimento global, dizendo ter causas naturais apenas acentuadas pelos gases estufa ou desconhecidas, mas segundo estudos das Nações Unidas e da Organização Meteorológica Mundial esta é não só uma das causa, como a principal. O estudo também mostra que a maioria do aquecimento é produto de atividades humanas.

As consequência são o descongelamento das geleiras, impactos na vida animal e o aumento do nível do mar no planeta. Simulações mostraram que milhares de espécies podem ser extintas em pouco mais de um século caso as temperaturas continuem a subir. Os crustáceos que vivem nas áreas costeiras, por exemplo, deixariam de conseguir retirar oxigênio suficiente da água Os pinguins em anos recentes tiveram sua disponibilidade de alimentos diminuída e passaram a migrar para áreas mais frias.

Algumas análises mostram um derretimento maior tanto na Península Antártica quanto na Antártica Ocidental, ainda que a camada de gelo na Antártica Oriental esteja aumentando. Esse aumento, no entanto, pode ser causado por um aumento da precipitação causado, por sua vez, por um aumento na temperatura do ar. Se todo o gelo derretesse, o nível do mar subiria até 80 metros, mas cientistas chegaram a conclusão de que a massa de gelo perde 152 quilômetros cúbicos por ano — correspondentes ao aumento de 1,8 milímetros anuais do nível do mar no presente — e que o derretimento total do continente levaria muito tempo. (Wikipédia)

VEJA AS ALTERAÇÕES SAZONAIS DO CLIMA

Satélites da ESA dão uma visão mais profunda no gelo marinho

05 de outubro de 2012

Este ano, os satélites viram a extensão do gelo do mar Ártico atingindo uma baixa recorde desde que as medições começaram em 1970. SMOS da ESA e satélites CryoSat darão uma olhada mais aprofundada, medindo o volume da cobertura de gelo marinho.

As medições de umidade da ESA, do solo e salinidade dos oceanos da missão SMOS, mostram que o gelo tem diminuído significativamente nas zonas sazonais de gelo, com extensas áreas a menos de meio metro de espessura (>50 cm).

O gelo do mar tem uma grande influência sobre a troca de calor entre oceano e atmosfera. O fluxo de calor pode variar dependendo da espessura do gelo do mar e a temperatura do ar. O gelo do mar pode afetar também a circulação atmosférica nas latitudes médias.

CLIQUE > http://multimedia.esa.int/Videos/2012/10/SMOS-reveals-thin-sea-ice

Apesar de não ser originalmente projetado para olhar para o gelo, os dados do satélite SMOS estão sendo avaliados para monitorar gelo do mar Ártico.

Os resultados revelam que a radiação emitida pelo gelo permite que SMOS penetre na superfície, medindo a espessura de até 50 cm – principalmente o gelo mais fino e mais jovem à beira do Oceano Ártico.

SMOS em órbitaIsto permite uma melhor avaliação do volume do gelo jovem, que é a base de gelo de menor idade. A espessura do gelo dos anos indicam a saúde da cobertura Ártica de gelo marinho . “A quantidade de gelo fino esperado durante o próximo congelamento é de cerca de 12 milhões de km ², cobrindo o Oceano Ártico como nunca”, disse Lars Kaleschke da Universidade de Hamburgo Centro para Pesquisa do Sistema Terra e Sustentabilidade.

“O gelo espesso que sobreviveu ao verão, no entanto, cobre apenas 2,2 milhões de quilômetros quadrados.”

A vantagem do SMOS é que ele cobre todo o oceano Ártico numa base diária, embora a resolução é relativamente baixa, em quilômetros quadrados, sendo 35 x 35 por pixel.

Para uma visão mais detalhada, sobre o gelo grosso do mar e a espessura do escudo de gelo, a missão “ESA – CryoSat”, usa uma técnica diferente e de alta resolução ao longo de sua faixa de alcance – cerca de 300 m.

No início deste ano, o mapa primeira variação sazonal do Ártico espessura do gelo marinho do CryoSat foi revelado. Foi o primeiro mapa de sua espécie gerada utilizando dados de um radar altímetro e em tal alta resolução.

A combinação dos dados diários SMOS sobre gelo fino e as medições muito detalhados do CryoSat fornece uma capacidade única de monitorização do volume de gelo polar.

Missão da ESA geloCom o congelamento-se já em andamento, CryoSat retomou as medidas de gelo do inverno no Ártico. Nos próximos meses, os dados CryoSat irão revelar o efeito causado neste verão recorde do gelo marinho em espessura e volume. É importante manter uma estreita vigilância sobre o Ártico, pois este ecossistema inacessível e muito sensível está mudando rapidamente.O desaparecimento do gelo tem um efeito importante sobre o hemisfério norte.

ESA vai continuar a acompanhar o Árctico com a série Sentinel próximo da Terra por satélites de observação de Monitoramento Global da Europa para o ambiente e da segurança (GMES).

Os novos resultados espessura do gelo do mar fazem parte do projeto financiado pela SMOSIce Suporte da ESA para a ciência Elemento (efluente). Visite:

http://www.esa.int/esaLP/SEMK64FRI7H_LPsmos_1.html#subhead2

ASSISTA AO VÍDEO:

Economia Verde – Fora do clube

POR JOSÉ ALBERTO GONÇALVES PEREIRA #

 O Brasil não detém nem 1% das patentes de energia limpa nos Estados Unidos

clube copyEnquanto o fantasma do agravamento da recessão na Europa assombra o mundo, um dado da vitalidade da economia de baixo carbono tem passado despercebido da opinião pública.

No ano passado, o Escritório Americano de Patentes, principal referência mundial no assunto, concedeu 1.881 patentes para tecnologias relacionadas a veículos elétricos, células a combustível e aplicações energéticas de biomasa e fontes eólica, geotérmica, solar e hídrica (hidrelétricas, ondas marítimas e marés).

O número, 170% superior ao de 2009, foi divulgado em março no relatório Índice de Crescimento de Patentes de Energias Limpas, publicado trimestralmente por Heslin Rothenberg Farley & Mesiti P.C., o maior escritório de advocacia do Vale Tecnológico do Estado de Nova York, nos Estados Unidos.

Chama atenção a concentração das patentes concedidas a um seleto grupo de nove países de 2002 a 2010. Mais de 90% originam-se de empresas dos EUA (49%), Japão (27%), Alemanha (8%), Coreia do Sul (4%), Canadá (2%), Taiwan (2%), Dinamarca (1%), França (1%) e Grã-Bretanha (1%). O Brasil não aparece nem com 1% das patentes de energias limpas nos Estados Unidos, o que denota o lugar ainda marginal do País em uma dimensão estratégica da economia, que é o da inovação tecnológica voltada para a sustentabilidade.

Para incentivar tecnologias ambientais inovadoras e competitivas no mercado global, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) iniciou em março estudos visando diminuir substancialmente o prazo de análise de patentes de tecnologias associadas aos temas mudanças climáticas e energias renováveis. Um projeto-piloto, que consistirá basicamente de uma fila exclusiva para a análise dessas patentes, será realizado a partir de junho de 2012, caso o Inpi receba sinal verde do governo federal.

Assim, o prazo de análise de patentes de energias limpas encurtará bastante em relação aos oito anos atuais, possivelmente para menos de quatro anos, prevê Júlio César Moreira, diretor de patentes do Inpi. Desde que ampliou de 112 para 270 seu quadro de examinadores em 2006, o Inpi diminuiu em quatro anos o tempo geral de análise. “Só não aceleramos mais porque são necessários três anos para capacitar um recém-contratado.” Na área de biocombustíveis, o crescimento significativo no número de pedidos de patentes no Inpi na última década comprova que as inovações no setor encontramse em pleno florescimento em universidades e empresas.

De 2001 a 2010, as publicações anuais de pedidos de patentes de tecnologias relacionadas ao biodiesel por empresas brasileiras passaram de 10 para mais de 30 nos dois últimos anos e as de etanol saltaram de 4 para 22 em 2010. Porém, esbarram no gargalo da análise, uma vez que não recebem tratamento diferenciado, como ocorre em alguns países desenvolvidos.

Até o momento, porém, o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) parece distante dos estudos do Inpi. A reportagem procurou o MCT e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para saber se os dois órgãos executam, ou planejam promover, programas de incentivo ao patenteamento de energias renováveis. “A Finep não lida com questões referentes a patentes e não possui área específica voltada para tecnologias de energia limpa”, informou a instituição, por meio de sua assessoria de imprensa. Apesar da inexistência de iniciativa específica em tecnologias ambientais, a Finep já investiu R$ 126 milhões em 80 projetos de biocombustíveis.

O BNDES apoia tecnologias de energias limpas em diferentes programas e fundos dedicados à inovação, como o Fundo Tecnológico (Funtec), cuja carteira contempla cinco projetos de energia renovável e seis relativos a meio ambiente, no valor de R$ 72 milhões.

O banco financia, por exemplo, o desenvolvimento de silício adequado a painéis solares fotovoltaicos. Em junho, o BNDES anunciou chamada pública para a constituição do Fundo de Inovação em Meio Ambiente, que terá aporte inicial de R$ 150 milhões para investimentos em tecnologias limpas. É o próprio diretor de patentes do Inpi quem adverte para a necessidade de o país investir na área de inovação e propriedade intelectual em tecnologias ambientais.

“Hoje periférica na área de patentes em tecnologias limpas, a China logo será uma potência também nessa área. Só na China, há 800 mil depósitos de patentes de tecnologias em geral. Os chineses gradualmente estão se enquadrando nas regras internacionais da propriedade intelectual.” E farão isso para ingressar no seleto clube do qual o Brasil continuará bem distante se não fizer o seu dever de casa. (Colaborou Gisele Neuls)

http://pagina22.com.br/index.php/2011/07/economia-verde-fora-do-clube/